Na contramão do que acontece com os imóveis comerciais, e embalada justamente pelo desaquecimento do mercado, um setor prevê crescimento no cenário de pós-pandemia: o de coworking. Com as reestruturações que devem afetar muitas empresas, inclusive em termos de instalações, os espaços para trabalho compartilhado tendem a ganhar espaço como alternativa ao home office. É o que prevê a empreendedora Bruna Lofego, considerada hoje a maior especialista do país nesse tipo de serviço, e que conta com quatro filiais em BH e uma em São Paulo.
“Muitas empresas estão olhando para dentro de si mesmas e se dando conta de que será mais adequado reduzir sua estrutura física. Assim como há pessoas que, por não aguentarem mais ficar em casa, preferem trabalhar num escritório. O coworking oferece a possibilidade de menor custo e burocracia, com todo o necessário”, ressalta.
Até mesmo pelo caráter dinâmico da proposta, com possibilidade de utilização múltipla dos espaços, a ordem é garantir o máximo de proteção e segurança, para minimizar riscos de disseminação da Covid-19. “Os usuários têm de passar por um tapete higienizador; exigimos o uso de máscaras, disponibilizamos álcool em gel individualmente e todo o material de uso comum, assim como as salas e estações de trabalho, são higienizados constantemente. Fizemos questão de instalar quadrinhos em que fica a anotado o horário de cada limpeza, à vista de todos”.
Uma alternativa que vem atraindo quem pretende racionalizar a estrutura e reduzir custos. Dono de uma agência de publicidade, Jihan Kazzaz entregou em maio a casa em que a empresa funcionava, no Santo Agostinho, para apostar nas vantagens do coworking. “Eu gastava uns 30% do tempo resolvendo questões práticas e problemas fora da nossa atividade. Era necessário ter recepcionista, me preocupar com segurança, compra de material e tudo o que uma sede própria exige. Pelos custos, não valeria a pena continuar. Agora tenho quem cuida disso, sem qualquer prejuízo em relação ao nosso trabalho. Por enquanto estamos priorizando o home office, mas a ideia é nos transferir progressivamente para o espaço compartilhado. E, pelo que eu vejo, será um caminho sem volta”.
Texto por Rodrigo Gini
Fonte: Portal Hoje em Dia